Os desafios para conquistar um ensino de qualidade e uma Bahia mais democrática foram os principais pontos em debate no 3º Congresso da Associação Baiana Estudantil Secundarista (ABES), realizado nos dias 23 a 25/11, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador. Mais de 900 estudantes compareceram ao evento, que elegeu o militante da União da Juventude Socialista (UJS), Valmir Santos, presidente da entidade nos próximos dois anosValmir, da chapa '' Para Não dizer que não falei das flores, vou aumentar o som'' foi eleito com 74 % dos votos válidos. Aluno do 3º ano do Colégio Estadual Governador Lomanto Junior, em Salvador, liderou uma série de manifestações contra a falta de estrutura nas escolas públicas e em defesa de um ensino público de qualidade. “Meu objetivo é fortalecer cada vez mais a ABES e levá-la aos 417 municípios do estado. Assim poderemos marchar unidos para melhorar os índices da educação da Bahia, que são um dos piores do Nordeste”, ressaltou o novo presidente da ABES.
Os deputados estaduais comunistas Álvaro Gomes e Javier Alfa
ya estiveram presentes ao evento. Entusiasmado e lembrando do tempo em que era líder estudantil, Javier falou da conjuntura atual sob um governo democrático que apresenta avanços em relação a administração anterior que ''maquiava'' a real situação da Bahia. Ressaltou ainda os muitos desafios para o próximo período, num estado onde ainda é possível encontrar 1.200 unidades de ensino sem água potável, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).Debates
Durante o Congresso, os estudantes debateram e apontaram prioridades para enfrentar a grave situação da educação no estado. As mesas de debates abordaram temas como Fundo da Educação Básica (Fundeb), Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), a Lei 10639/03, que dispõe sobre o ensino da história e cultura afro-brasileiras, o projeto Nova Escola, democracia nas escolas, políticas públicas e juventude.
Na plenária final, os delegados eleitos nas escolas aprovaram propostas referente a educação, conjuntura nacional e internacional que irão nortear o movimento estudantil nos próximos dois anos. As principais deliberações foram: a independência e autonomia da ABES frente ao Governo Wagner; um projeto de desenvolvimento regional com prioridade para a educação e o posicionamento contra a redução da maioridade penal; mais emprego para a juventude.
Os estudantes deliberaram ainda que vão lutar por democracia nas escolas; eleição direta para diretor de escola; erradicação do analfabetismo e do analfabetismo funcional em nosso estado; igualdade racial, de gênero, de orientação sexual e religiosa nas escolas; participação da ABES e dos estudantes no processo das conferências nacional e estadual de educação básica e de juventude; pela democratização dos meios de comunicação; pelo controle social da TV pública, além da reivindicação de passe livre para todos os estudantes baianos.
Duas moções de repúdio foram aprovadas pelos delegados, uma sobre o descaso da prefeitura de Camaçari com o congresso e outra denunciando a Secretaria Estadual de Educação que tem se negado a credenciar a UBES e UNE a emitir carteira de estudante no estado.
Fonte: Assessoria de Imprensa da UJS/BA
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