MATÉRIA ESPECIAL SOBRE O 13° CONGRESSO DA UJS

MAIOR CONGRESSO DA HISTÓRIA

Entre os dias 15 e 18 de junho, na cidade de Brasília, foi realizado o 13º Congresso Nacional da UJS. Mais de 1300 jovens socialistas, dos 27 estados da Federação, estiveram presentes no maior evento de uma organização juvenil em nosso país. Logo no dia 15 pela manhã, as delegações já presentes em Brasília (entre elas uma parte da delegação baiana) puderam presenciar um debate entre organizações da Coordenação dos Movimentos Sociais - CMS, onde, além da UNE e UBES, estiveram presentes a CUT, MST, UBM, CSC, UNEGRO e a CONAM. Todas as organizações presentes ressaltaram o importante momento em que vive nosso país, demonstrando a unidade de ação que deverá nortear os movimentos sociais neste ano. Esse debate representou o encerramento do Seminário Internacional promovido pela Federação Mundial de Juventudes Democráticas - FMJD (WFDY), e que contou com a presença de dezenas de delegações estrangeiras. No decorrer do debate, delegações de outros estados do Brasil iam chegando, e com muita animação e palavras de ordem, lotando cada vez mais o Auditório da Universidade Federal de Brasilia, onde estava sendo realizado o debate. À tarde, foi aberto oficialmente o 13º Congresso Nacional da UJS com um ato político que contou com a presença do Secretário de Organização do PCdoB Walter Sorrentino e do presidente nacional do PT Ricardo Berzoini, seguido por intervenções especiais nas áreas de atuação da entidade. Entre elas, a que, sem dúvidas, mais arrancou aplausos dos presentes foi a intervenção da frente GLBTT.

Logo depois, o Congresso Nacional viveu um de seus momentos mais importantes, com a aula magna do presidente nacional do PCdoB Renato Rabelo cujo tema foi “a estrada vai além do que se vê”. O líder revolucionário deu uma verdadeira aula de socialismo, prendendo a atenção e emocionando a todos que se encontravam no Plenário naquele momento. Apesar de ter sido uma aula curta, de cerca de uma hora, todos os jovens militantes socialistas saíram dali com seu espírito revolucionário renovado.

Lula prestigia Congresso da UJS

Foi na sexta-feira que os militantes da UJS, logo depois do almoço, começavam a se preparar para o grande momento do Congresso: a visita do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Apesar de o encontro ser apenas no final da tarde, a animação já tomava conta da juventude que já preparava palavras de ordem para quando estivessem com o presidente.

Por volta das 14h, os delegados e observadores foram transferidos de ônibus para a Academia de Tênis, local do encontro, ao embalo de palavras de ordem como “pula, pula, quem vota no Lula pula”, e “UJS presente, Lula presidente”. O ato teve início por volta das 17h e estavam presentes também o presidente do PCdoB Renato Rabelo, o ministro dos esportes Orlando Silva, o ministro da educação Fernando Haddad, o secretário nacional de juventude Beto Cury, o Secretário de Juventude do PT Rafael Pops e o representante da JSB. Gustavo Petta e Thiago Franco, presidentes da UNE e da UBES também compuseram a mesa, além de Wadson Ribeiro e Marcelo Gavião, então presidente e vice-presidente nacional da UJS.

Gustavo Petta abriu o ato enfatizando a necessidade de derrotarmos o projeto político do tucanato “esse babaca do Alckmin, que fez um desastroso governo em SP, agora quer ser presidente do país para implementar novamente a mesma política neoliberal de alguns anos atrás” afirmou o presidente da UNE, sendo efusivamente aplaudido pelos militantes. Depois de Gustavo, falaram Rafael Pops, o ministro dos esportes e ex-presidente nacional da UJS Orlando Silva, o ministro da educação, o presidente nacional da UJS Wadson Ribeiro e, finalmente o presidente Lula.

Em seu discurso, Lula ressaltou as vitórias obtidas pelo seu governo e fez referências à Juscelino Kubistchek e Getúlio Vargas. No entanto, um dos momentos em que ele mais arrancou aplausos foi quando, referindo-se a Guerra do Iraque, ele teria afirmado ao presidente Bush: “olha presidente, a minha guerra não é contra o povo iraquiano, e sim contra a pobreza de meu país”. Lula, favorito para as próximas eleições, também disse que estava bastante calmo, pois “eles {o PSDB} continuam a bater, mas, a cada pesquisa, eu subo e eles descem” afirmou. Lula também lembrou que as mudanças não se fazem de uma hora para outra: “imagina se o presidente da UJS vira amanhã presidente do Brasil, infelizmente ele não vai poder dar uma canetada e mudar tudo de uma vez”. O presidente falou por 57 minutos e todo seu discurso foi intercalado por aplausos e palavras de ordem.

Marcelo Gavião é o novo presidente da UJS

Marcelo Gavião foi eleito o novo presidente da União da Juventude Socialista. O 13º Congresso da UJS elegeu também a nova direção da entidade, composta por 53 membros. A plenária final consolidou discussões feitas nos grupos de debate de sexta. Em breve, a UJS vai divulgar o documento final aprovado durante a plenária.

“A nova direção eleita hoje tem a obrigação de dar continuidade à trajetória que a UJS vem cumprindo”, disse Marcelo Gavião, já como presidente eleito. “Wadson Ribeiro foi um excelente presidente e esteve à frente de nossa organização por cinco anos”. Durante sua gestão, a UJS saiu de 15 mil para 70 mil filiados em todo país o que, para Gavião, “não é pouca coisa levando em conta as dimensões continentais do Brasil e as características políticas de nossa sociedade”.

Gavião explica que o principal desafio imediato da UJS é trabalhar pela reeleição de Lula. “Vamos enfrentar uma batalha eleitoral em que a UJS tem de assumir a tarefa de ser a principal juventude na base de Lula e ser protagonista da luta pela reeleição”. Em seguida, explica, a meta é potencializar a luta da entidade com vistas ao socialismo. Para isso, o dirigente juvenil salienta que é preciso “abarcar a ampla maioria da juventude brasileira, ou seja, há cerca de 40 milhões de jovens brasileiros que precisam conhecer a UJS e a entidade precisa, como diz o nosso manifesto, ganhar corações e mentes para a luta em defesa do socialismo”.
O novo presidente da UJS adverte, no entanto, que a disputa eleitoral é essencial neste momento. “O quadro pós-eleição pode apontar-nos dois cenários distintos para esta direção que toma posse hoje. A derrota de Lula apresentaria para a UJS uma quadra de desenvolvimento da luta política muito adversa”, explica, ressaltando que hoje a UJS tem interlocução com o governo “a ponto de o presidente da República prestigiar nosso congresso. Sabemos que para mudar o Brasil precisamos de duas coisas: reeleger Lula e mobilizar a sociedade para poder alcançar as mudanças”.

Gavião lembra que “a rebeldia e a capacidade de se indignar talvez seja a principal característica da juventude. Ela sempre acha que pode melhorar as coisas. A UJS quer pegar toda essa rebeldia e canalizar isso para a luta em defesa do socialismo”.

Depois de quatro dias de atividades, foi encerrado o 13º Congresso Nacional da UJS, o maior da história da entidade e que representa um marco para a juventude socialista. Em breve será publicado neste Blog a “Carta de Brasília” e as resoluções aprovadas pelos delegados eleitos em Assembléias de Núcleos, Congressos Municipais e Estaduais. Agora é voltar para os Estados com a certeza de que, se não vemos o final da estrada, é por que ela “vai além do que se vê”


ENTREVISTA EXCLUSIVA COM WADSON RIBEIRO,
ex-presidente nacional da UJS

Durante os anos em que você esteve à frente da União da Juventude Socialista, a entidade obteve um grande crescimento, culminando com esse 13º Congresso Nacional. A que você deve esse crescimento?

WR – durante os últimos anos, conseguimos fazer com que a UJS passasse a ter um maior nível de organização. Sem dúvidas, o novo cenário político nacional com a vitória de Lula proporcionou um crescimento maior da UJS.

Apesar de o mesmo ainda não ter terminado, qual a avaliação que você faz do 13º Congresso?

WR – Vitorioso. Esse é o maior Congresso da história da UJS, e pela primeira vez tivemos a presença de um presidente da República. Durante esse processo congressual, aumentamos o nível de organização das direções estaduais, e ampliamos o número de direções municipais em todo país.

Esse Congresso realiza-se durante um período muito importante de nosso país. Quais suas perspectivas para os próximos meses?

WR – o Congresso serviu para dar munição à militância e preparar a UJS para a batalha eleitoral que se aproxima, onde estará em jogo dois projetos diferentes: a continuidade das mudanças com a reeleição de Lula ou o retorno do neoliberalismo representado pelo candidato tucano Geraldo Alckmin. Nesse sentido, a vitória de Lula irá contribuir com a construção do nosso objetivo estratégico, que é a construção do socialismo.


ENTREVISTA EXCLUSIVA COM VALENTIN AGARRITA,
vereador da cidade de Jurón (Venezuela) e membro da comissão se cooperação internacional do movimento V República, partido do presidente Hugo Chávez.

A UJS chega ao seu 13º Congresso Nacional se consolidando como a maior juventude organizada do Brasil e uma das maiores do mundo. Em seus 22 anos, a entidade sempre esteve presente nos principais momentos vividos pela juventude e pelo povo brasileiro, sendo uma das principais organizações revolucionárias de nosso país. Qual o significado que a luta pelo socialismo tem para você?

VA – a luta pelo socialismo significa uma importante reivindicação do povo latino-americano. No entanto, não se trata de uma fórmula a ser seguida facilmente. O socialismo é a salvação da humanidade. A Venezuela constitui hoje um foco de liberdade e soberania na América Latina. Nesse sentido, nós observamos a participação do povo brasileiro e sabemos com muita satisfação que esse povo continua com a luta pelo socialismo.

O Brasil vive um momento novo com a eleição de Lula e desde então o nosso povo conquistou importantes avanços. A Venezuela também tem melhorado bastante desde que Hugo Chávez chegou à presidência, dessa forma, quais serão os próximos passos da Revolução Bolivariana?

VA – o caminho da Revolução Bolivariana é continuar a transferir poder do Estado ao povo, diretamente ao povo, e dessa forma contribuir com a construção do socialismo na Venezuela e na América Latina. Vamos continuar com a Revolução, que como diz o presidente Chávez, não tem retorno..

Um comentário:

Anônimo disse...

O 13° Congresso Nacional da UJS foi sem dúvida maravilhoso, o nível da informação e conhecimento proferido aos congressistas foi extraordinário, a oportunidade de nos relacionarmos com pessoas de todo o Brasil conhecendo as mais diferentes realidades e alguns representantes internacionais, além de ouvirmos pessoas como Renato Rabelo, Presidente Lula, dentre tantos outros.

Agradeço e felicito a todos os que organizaram pelo sucesso que foi o Congresso.