Entidades baianas exigem justiça para Catarina e Colombiano

Entidades baianas exigem justiça para Catarina e Colombiano

“Vamos fazer de tudo para que este crime não fique impune. O governador mostrou que a Polícia está empenhada nas investigações, mas um ano é muito tempo para a falta de pistas. Nós vamos continuar mobilizados para cobrar a punição dos autores deste crime brutal”, assim o presidente do PCdoB em Salvador e irmão de Catarina, Geraldo Galindo, sintetizou o sentimento das dezenas de pessoas que participaram na manhã desta quarta-feira (29/6) das manifestações do primeiro ano do assassinato do casal.

galeria Catarina e Colombiano

As homenagens ao diretor do Sindicato dos Rodoviários Paulo Colombiano e à secretária do PCdoB Catarina Galindo começaram nas primeiras horas da manhã, quando rodoviários, membros da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), familiares e amigos se encontraram em frente à Secretaria de Segurança Pública (SSP), na Piedade, para pedir justiça. Em seguida, todos seguiram para a Igreja de São Pedro, no mesmo local, para participar de uma missa em memória do casal assassinado na noite de 29 de junho de 2010, quando chegavam em casa, no bairro de Brotas, em Salvador.

Durante a celebração, o padre João de Deus falou diversas vezes da necessidade de se apurar com a devida celeridade o crime, encontrando e punindo os responsáveis. O pároco lembrou também que Colombiano e Catarina morreram por defenderem os direitos dos rodoviários, ou seja, o bem coletivo e que, por tanto, toda a sociedade deveria também se mobilizar para cobrar a elucidação da morte do casal.

Ecos na praça

Este foi o mesmo argumento utilizado por sindicalistas, lideranças políticas, familiares e amigos do casal durante o ato de protesto que foi retomado logo após a celebração religiosa. Ao microfone, em frente à SSP, Geraldo Galindo falou da militância política de Paulo e Catarina, lembrando que os dois estavam sempre entre os primeiros a chegar nos eventos e manifestações realizadas pelo PCdoB. “Eles morreram por defenderem o que acreditavam. Ele, por ser rigoroso na defesa da ética e da honestidade. Ela, por ser a companheira de Paulo de todas as horas e uma das pessoas mais generosas que nós conhecíamos”, disse Galindo, acrescentando que a melhor forma de mostrar que a luta deles valeu a pena é fazendo justiça.

“É claro que a prisão dos assassinos e mandantes não trará a alegria de volta para a nossa família, pois este crime brutal nos marcará para sempre. Mas, a elucidação do crime e a prisão dos criminosos trarão um alívio muito grande para nós. A família Galindo não tem dúvidas de que o governo está empenhado para resolver o caso, mas enquanto isso não acontecer, vamos continuar com as manifestações em busca de justiça”, declarou Geraldo Galindo.

O presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo, também falou do impacto que a morte do casal trouxe para os rodoviários, os sindicalistas da CTB e os comunistas em geral. “A minha vida jamais será a mesma depois do assassinato de Colombiano e Catarina e tenho certeza que muitos aqui presentes sentem o mesmo. Por isso, vamos tornar esta manifestação de hoje permanente, transformando-a em uma grande campanha para que este crime não fique impune. Vamos usar as redes sociais, os nossos contatos e tudo que estiver ao nosso alcance para cobrar e ajudar a descobrir quem matou nossos valorosos companheiros. Vamos sair daqui agora e colocar esta campanha nas ruas”, conclamou Araújo.

Cobrança constante

As manifestações da manhã desta quarta-feira não foram as únicas realizadas para cobrar a punição dos assassinos de Catarina e Colombiano. Durante todo o ano, dirigentes do Sindicato dos Rodoviários, da CTB Bahia, amigos e familiares participaram de protestos para cobrar celeridade nas investigações e evitar que o crime caia no esquecimento. “Nós estamos sempre mantendo a mobilização e fazendo todas as ações necessárias para contribuir com a elucidação deste caso. Temos todo o interesse na solução deste caso. Sabemos que isto não devolve a vida de Paulo e Catarina, mas nos deixa com um certo sentimento de justiça. E isto só será possível quando os mandantes e executores do crime forem punidos”, reafirmou o diretor do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira.

Presente às manifestações, a família do casal reconheceu a importância da mobilização dos amigos. “Eu estou tão feliz pela manifestação, pela missa, pela quantidade de gente que veio. Pela quantidade de apoio, de telefonemas, mensagens de força que nós estamos recebendo hoje, de conforto, de força. Isso tudo é muito importante para a montagem da estrutura para que a gente continue lutando para que este crime não caia no esquecimento. Para que a gente saiba por que isto aconteceu e que os responsáveis sejam presos. A cada dia que passa, a gente tem ficado mais feliz por esta luta de forma conjunta. Depois da última reunião com o governador criamos uma esperança maior. Acreditamos na palavra do governador de que o governo está empenhado na investigação e estamos esperando uma solução para o crime. No entanto, 365 dias é um período muito longo para que um crime tão bárbaro esteja sem punição”, declarou a filha de Catarina, Ana Paula Galindo.

As homenagens ao casal de comunistas prosseguem às 19h, quando acontece a assembléia de fundação do Instituto de Formação e Qualificação Profissional Paulo Colombiano e Catarina Galindo, no Museu Eugênio Teixeira Leal, no Pelourinho. Os comunistas serão lembrados também durante o cortejo do 2 de Julho no sábado.

De Salvador,
Eliane Costa

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